do dia 04 de agosto de ao dia 10 de setembro de 2014, estive na Casa do Sol, onde morava Hilda Hilst, repetindo diariamente os experimentos que a escritora fazia com os EVP (eletronic voice phenomena), usando fitas cassete para tentar gravar vozes dos mortos em meio à estática do rádio. electronic voice phenomena são ruídos gerados por aparelhos eletrônicos que se parecem com a fala, mas não resultam de uma gravação de voz: aparecem em meio à estática do rádio, se mesclam ao ruído de fundo, fazem interferências em transmissões radiofônicas. todos os dias, quase sempre pela madrugada, eu fazia ao menos uma sessão de gravação. no dia seguinte, escutava aquilo que havia gravado e transcrevia, anotando tudo aquilo que escutasse. durante esse tempo, permaneci em silêncio.
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For one month, I lived in Casa do Sol, where the Brazilian writer Hilda Hilst used to live, repeating the experiments with EVP (Eletronic Voice Phenomena) she used to do for four years in the 70ths, hoping to record voices from the dead. Electronic voice phenomena (EVP) are electronically generated noises that resemble speech, but are supposedly not the result of intentional voice recordings or renderings: they appear in the middle of static, stray radio transmissions, and background noise often recognized by increasing the gain (i.e. sensitivity) of the recording equipment. Every night I would use cassette and magnetic tapes to make recordings of white noise, mostly from the radio, following the procedures of the EVP pioneers, such as Friedrich Jurgendson and Konstantin Raudive, and the next day I would listen carefully to the recorded material, trying to recognize voices, words and sentences amidst the noise, and transcribing whatever I would hear. During this time, I remained in absolute silence.
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